Prisão em flagrante: quais são meus direitos? Entenda como agir nesse momento delicado
- José Pinheiro de Alencar Neto
- 18 de mai.
- 4 min de leitura
Introdução: o medo e a urgência diante de uma prisão em flagrante
Receber a notícia de que alguém foi preso em flagrante – ou vivenciar essa situação – é um momento de choque, medo e desespero. Muitas pessoas não sabem o que fazer, quem procurar ou quais direitos o preso tem nesse momento. E é justamente nessa hora que as decisões tomadas podem determinar o rumo do processo penal e até mesmo a liberdade da pessoa envolvida.

Se você ou um familiar passou por isso, este artigo vai ajudar. Vamos explicar, de forma clara e acessível, o que é a prisão em flagrante, como ela funciona, quais os direitos do preso, e como um advogado criminalista pode ajudar desde o primeiro momento.
O que é prisão em flagrante?
A prisão em flagrante ocorre quando alguém é pego cometendo um crime, ou logo após cometê-lo, sem necessidade de mandado judicial.
Segundo o artigo 302 do Código de Processo Penal (CPP), considera-se em flagrante quem:
Está cometendo o crime;
Acaba de cometê-lo;
É perseguido logo após a prática do crime;
É encontrado com objetos ou provas que façam presumir que seja o autor do crime.
📌 Exemplo prático: uma pessoa é pega furtando um celular dentro de uma loja e é detida por seguranças até a chegada da polícia. Esse é um típico caso de prisão em flagrante.
Quais são os direitos de quem é preso em flagrante?
Mesmo preso em flagrante, o indivíduo possui direitos garantidos pela Constituição Federal e pelas leis brasileiras. Veja os principais:
1. Direito de permanecer calado
Garantido pelo art. 5º, inciso LXIII da Constituição.
Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
2. Direito de comunicar a prisão a um familiar ou pessoa de confiança
A autoridade policial deve informar imediatamente a prisão a alguém indicado pelo preso.
3. Direito de ser assistido por um advogado
A presença de um advogado criminalista é essencial durante o interrogatório e todo o procedimento.
4. Direito de ser apresentado a um juiz em até 24 horas
A chamada audiência de custódia, prevista pela Resolução 213/2015 do CNJ, serve para avaliar se houve abuso na prisão e se o acusado pode responder em liberdade.
5. Direito de responder em liberdade (em alguns casos)
Nem toda prisão em flagrante resulta em prisão preventiva. Dependendo do caso, o advogado pode solicitar:
Liberdade provisória;
Relaxamento da prisão;
Substituição por medidas cautelares.
Como funciona o procedimento após a prisão em flagrante?
Após a prisão, seguem-se os seguintes passos:
Condução à delegacia;
Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante (APF);
Interrogatório do preso (com ou sem advogado presente);
Encaminhamento do APF ao juiz e ao Ministério Público;
Audiência de custódia em até 24h;
Decisão judicial sobre manutenção da prisão ou soltura.
🛑 A presença do advogado é fundamental desde o início, inclusive para garantir que o APF não seja lavrado com erros ou excessos.
Quando a prisão em flagrante é ilegal?
A prisão pode ser considerada ilegal ou abusiva em algumas situações, como:
Quando não há evidência de flagrante;
Quando há uso de violência ou tortura;
Quando o preso não foi informado de seus direitos;
Quando não houve audiência de custódia dentro do prazo legal.
Nesses casos, o advogado pode solicitar o relaxamento da prisão, ou seja, sua anulação imediata.
É possível sair da prisão em flagrante?
Sim. Existem três principais caminhos para a liberação do preso:
1. Fiança
Em crimes que permitem fiança (normalmente com pena inferior a 4 anos), o delegado ou juiz pode fixar um valor para a liberação.
2. Liberdade provisória
Mesmo sem pagar fiança, o juiz pode liberar o acusado com ou sem medidas cautelares, como:
Proibição de sair da cidade;
Comparecimento periódico em juízo;
Proibição de contato com vítimas ou testemunhas.
3. Relaxamento da prisão
Quando o flagrante é ilegal, o advogado pode pedir ao juiz a libertação imediata do preso.
O papel do advogado criminalista: por que procurar um imediatamente
A atuação rápida e técnica de um advogado pode:
Evitar que a prisão se transforme em preventiva (que pode durar meses ou anos);
Garantir o respeito aos direitos do preso;
Participar da audiência de custódia com argumentos sólidos para a liberdade;
Propor habeas corpus, fiança ou medidas alternativas;
Analisar o Auto de Prisão em Flagrante para identificar nulidades ou abusos.
🔎 Exemplo real: um rapaz foi preso por furto de um pacote de arroz em um supermercado. O advogado atuou na audiência de custódia e demonstrou que ele era réu primário, tinha residência fixa e agiu por necessidade. Resultado: liberdade provisória concedida com medidas cautelares.
Dicas práticas se alguém próximo foi preso em flagrante
📞 Entre em contato com um advogado criminalista imediatamente;
🚓 Não vá à delegacia sem orientação jurídica;
📁 Reúna documentos e provas que ajudem na defesa;
📹 Grave vídeos ou registre testemunhas do momento da prisão (se possível);
🧾 Informe o nome completo do preso e local da prisão ao advogado.
Conclusão: agilidade e apoio jurídico são decisivos
A prisão em flagrante pode marcar o início de um processo criminal com consequências sérias para a vida do acusado. Porém, isso não significa que a pessoa será condenada ou permanecerá presa.
Com o apoio de um advogado experiente, é possível:
Evitar que a prisão se prolongue injustamente;
Assegurar uma defesa técnica e estratégica;
Proteger os direitos e a dignidade do acusado.
Não espere o pior acontecer. A melhor decisão que você pode tomar é agir com rapidez e buscar ajuda profissional especializada.
Para mais informações, procure um profissional especializado.
José Pinheiro de Alencar Neto (OAB/MS 31.002)
📞 (67) 9 9165-5411
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