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Como funciona a liberdade provisória e quem tem direito? Descubra agora seus direitos

  • Foto do escritor: José Pinheiro de Alencar Neto
    José Pinheiro de Alencar Neto
  • 18 de mai.
  • 4 min de leitura

Introdução: A esperança de liberdade em meio à prisão


Receber a notícia de que alguém foi preso – seja em flagrante ou por mandado judicial – é sempre um momento de desespero. Para familiares e amigos, surge uma pergunta imediata: “Ele pode responder em liberdade?”


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É aí que entra o instituto da liberdade provisória, um direito previsto na legislação brasileira e que pode evitar que uma pessoa permaneça presa antes mesmo de ser julgada. Isso porque, no Brasil, ninguém deve ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, conforme o artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal.


Neste artigo, você vai entender o que é a liberdade provisória, quem pode solicitá-la, em quais casos ela se aplica e como um advogado criminalista pode garantir esse direito.


O que é liberdade provisória?


A liberdade provisória é uma forma de garantir que o acusado responda ao processo penal em liberdade, mesmo após ser preso em flagrante ou preventivamente.


Diferente do que muitos pensam, a prisão não é automática ou obrigatória em todos os casos. A própria legislação permite a liberdade do acusado, desde que não haja risco à investigação, à sociedade ou às vítimas.


📌 Importante: liberdade provisória não significa que o processo foi encerrado, mas sim que a pessoa poderá aguardar a decisão final fora da prisão.


⚖️ Fundamento legal: onde está previsto o direito à liberdade provisória?


A liberdade provisória está prevista no:

  • Art. 5º, inciso LXVI da Constituição Federal:“Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.”

  • Artigos 310, 321 e seguintes do Código de Processo Penal (CPP).


O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deve decidir imediatamente se converte a prisão em preventiva, relaxa a prisão ou concede liberdade provisória.


🔍 Quem tem direito à liberdade provisória?


Em geral, têm direito à liberdade provisória:


Réu primário

Pessoa que nunca foi condenada criminalmente com sentença definitiva.


Acusado com bons antecedentes

Aqueles que possuem histórico de conduta social favorável, como trabalho fixo, família constituída, residência certa etc.


Quando o crime é de menor gravidade

Crimes com pena mínima inferior a 4 anos (como furto simples, posse de drogas para uso próprio etc.).


Ausência de risco à ordem pública ou à investigação

Se o acusado não representa ameaça à sociedade, às testemunhas ou ao andamento do processo.


📌 Atenção: mesmo em crimes graves, pode haver liberdade provisória com imposição de medidas cautelares alternativas, como explicamos abaixo.


⚖️ Quais são os tipos de liberdade provisória?


1. Liberdade provisória com fiança

  • Ocorre quando o juiz ou o delegado estipula um valor a ser pago para a soltura;

  • A fiança varia conforme a gravidade do crime e a condição financeira do acusado;

  • Após o pagamento, o réu é liberado com a obrigação de cumprir certas condições.


2. Liberdade provisória sem fiança

  • Concedida quando o crime não admite fiança ou o acusado não tem condições financeiras;

  • O juiz pode aplicar medidas cautelares (restrições previstas no art. 319 do CPP), como:

    • Proibição de sair da cidade;

    • Proibição de contato com vítimas ou testemunhas;

    • Uso de tornozeleira eletrônica;

    • Comparecimento periódico à Justiça.


3. Liberdade provisória com medidas alternativas

  • Utilizada para controlar e fiscalizar a conduta do acusado durante o processo;

  • Evita o uso excessivo da prisão antes da condenação.


Quem não tem direito à liberdade provisória?


Em algumas situações, a liberdade provisória pode ser negada, como:

  • Acusado reincidente (com condenações anteriores);

  • Quando há ameaça à ordem pública ou à vítima;

  • Risco de fuga do acusado;

  • Se houver risco de destruir provas ou influenciar testemunhas;

  • Em casos expressamente proibidos por lei, como crimes hediondos em situações específicas (embora o STF já tenha flexibilizado isso em algumas decisões).


🚨 Importante: Cada caso é único, e até mesmo em crimes graves, um advogado pode conseguir a liberdade provisória com argumentos bem fundamentados.


👨‍⚖️ Como o advogado atua para conseguir a liberdade provisória?


O advogado criminalista é o profissional responsável por:

  • Acompanhar o preso desde o flagrante até a audiência de custódia;

  • Analisar o auto de prisão e identificar abusos ou ilegalidades;

  • Protocolar o pedido de liberdade provisória ou de substituição por medidas cautelares;

  • Propor um habeas corpus, caso a liberdade seja indevidamente negada;

  • Negociar a fiança ou pedir sua dispensa por hipossuficiência.


📌 Exemplo real: Um trabalhador foi preso por portar pequena quantidade de droga. O advogado demonstrou que ele era primário, trabalhava formalmente e não oferecia risco à investigação. Resultado: liberdade provisória sem fiança concedida no dia seguinte.


📌 Audiência de custódia: momento decisivo para obter liberdade


A audiência de custódia é realizada em até 24h após a prisão em flagrante, onde o juiz ouve o preso pessoalmente e decide se:

  • Mantém a prisão;

  • Concede liberdade provisória com ou sem fiança;

  • Aplica medidas cautelares alternativas;

  • Determina o relaxamento da prisão, se for ilegal.


🔍 Por isso, a presença do advogado nesse momento é essencial, para apresentar argumentos jurídicos e sociais a favor da soltura.


Resumo prático: quando é possível obter liberdade provisória

Situação

Pode obter liberdade provisória?

Réu primário, crime leve

✅ Sim

Reincidente, crime grave

⚠️ Depende do caso

Prisão com ilegalidade flagrante

✅ Sim (relaxamento)

Preso em flagrante por furto simples

✅ Sim

Risco de fuga ou ameaça a testemunhas

❌ Não, geralmente


📝 Conclusão: liberdade provisória é um direito, não um favor


A liberdade provisória é um instrumento essencial da justiça penal brasileira, pois garante que o acusado não seja tratado como culpado antes da condenação. Em muitos casos, manter uma pessoa presa sem necessidade é uma violência contra seus direitos fundamentais.


Por isso, se alguém próximo foi preso, não perca tempo. Cada hora conta. Com um advogado criminalista experiente, é possível:

  • Garantir o respeito aos direitos do acusado;

  • Evitar prisões desnecessárias;

  • Agilizar a liberação da pessoa.


Para mais informações, procure um profissional especializado.


José Pinheiro de Alencar Neto (OAB/MS 31.002)

📞 (67) 9 9165-5411

 
 
 

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